Robson Perez Reis, de 37 anos, era procurado pela tentativa de feminicídio cometida contra a esposa, de 41 anos, que ele mantinha em cárcere privado na casa onde viviam, no bairro Prainha, em Guarujá. A vítima segue internada no Hospital Santo Amaro (Reprodução e Arquivo Pessoal)
Principal suspeito de encarcerar, arrancar o couro cabeludo e queimar com água fervente a própria esposa, Robson Perez Reis, de 37 anos, foi preso nesta sexta-feira (21) em Araçatuba, no interior de São Paulo. O crime aconteceu na madrugada do último dia 7, em Guarujá, no litoral paulista.
A prisão foi divulgada nas redes sociais da deputada estadual Solange Freitas (União). Segundo a parlamentar, o foragido estava escondido na casa da própria irmã. Procurada, a Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP) confirmou a captura.
Em nota, a SSP informou que o caso segue sob investigação da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Guarujá. Ainda segundo a pasta, a vítima, de 41 anos, foi ouvida pela Polícia Civil, que solicitou uma medida protetiva de urgência em seu favor.
Relembre o caso
A vítima sofreu uma tentativa de feminicídio enquanto era mantida em cárcere privado por Robson na casa em que eles viviam, no bairro Prainha. De acordo com o boletim de ocorrência obtido por A Tribuna, na madrugada do último dia 7, o homem havia jogado água quente na esposa, causado queimaduras na cabeça, tórax, braços e ombros dela, que também apresentava vários hematomas pelo corpo.
A vítima foi socorrida e levada ao Hospital Santo Amaro (HSA), onde permanece internada. A reportagem de A Tribuna conversou com uma parente da vítima, que preferiu não se identificar. Ela relatou que a mulher vivia com Robson há cerca de 15 anos e, desde o início do relacionamento, ele a agride.
Segundo a parente, enquanto a mulher estava encarcerada, teve o nariz e o fêmur quebrados, e o couro cabeludo arrancado com uma faca. “Ela havia sido mantida em cativeiro, mas tentou fugir quando seu filho de 5 anos abriu a porta e pediu para ela correr. Em seguida, uma vizinha a viu tentando fugir e a levou para sua casa, chamando o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) somente no outro dia”, contou.
A mulher foi atendida em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e, em seguida, transferida ao HSA. No hospital, uma enfermeira acionou a polícia, para quem a vítima relatou a situação pela qual havia passado. Segundo a SSP, o caso foi registrado como violência doméstica e tentativa de feminicídio.
O HSA informou que a paciente está em leito de enfermaria, em acompanhamento com a clínica médica e ortopedia. O hospital destacou ainda que houve fratura do fêmur e da ulna (antebraço). Ela está sendo acompanhada por psicólogos e assistentes sociais.