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Docentes das escolas municipais rejeitaram oferta salarial do Município, que alega queda de receita (Alexsander Ferraz/ Arquivo AT)

Os profissionais da educação municipal de <a href="https://www.atribuna.com.br/cidades/sao-vicente">São Vicente</a> entram em greve nesta quinta-feira (3) por tempo indeterminado. Manifestantes se concentrarão às 8 e às 13 horas diante do Paço Municipal. A Prefeitura diz ter obtido decisão judicial pela qual pelo menos 70% dos trabalhadores devem permanecer trabalhando, mas o sindicato alega não ter sido notificado.

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A paralisação foi aprovada em assembleia pelo Sindicato dos Trabalhadores no Magistério e na Educação Municipal (Sintramem), que rejeitou a proposta de reajuste salarial da Administração.&nbsp;

A categoria reivindica correção inflacionária de 4,82%, um plano de recuperação salarial de 13,07% referente ao período de 2021 a 2023, aumento na cesta básica, de R$ 400,00 para R$ 805,84, e reajuste no auxílio educação, de R$ 250 para R$ 700,00. A Prefeitura negou, alegando estar recebendo menos recursos do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

O Sintramem divulgou que a Administração Municipal ofereceu 3,5% de reajuste (R$ 0,80 a mais por hora-aula), zero de recuperação salarial, cesta mantida em R$ 400,00 e, a partir de junho, R$ 100,00 a mais no auxílio educação.&nbsp;

O presidente do Sintramem, Roberto Ciccarelli Filho, rebate: afirma que o impacto financeiro com salários de secretários, gestores e cargos de confiança da Educação supera R$ 31 milhões por ano.&nbsp;

“Em 2024, tivemos uma arrecadação, só de Fundeb, de R$ 50 milhões a mais do que foi previsto no começo do ano. Foi uma média de R$ 24 milhões por mês”, comenta.

Prefeitura: falta verba 
A Secretaria de Gestão informou que a Prefeitura recebeu menos verbas dos governos Federal e Estadual pelo Fundeb.&nbsp;

“Em 2025, a projeção do Governo Federal para o Fundeb de São Vicente é de redução de 6% em relação ao ano anterior, representando uma perda, em valores reais, de mais de R$ 8 milhões.”

A Administração Municipal calcula em R$ 10 milhões anuais o impacto financeiro da proposta que apresentou ao sindicato. E argumenta que, desde 2021, aumentos concedidos a professores representam aumento de 45% na remuneração bruta média da rede. “Somente a título de bônus da educação, a Prefeitura, na semana passada, desembolsou quase R$ 8 milhões para estes profissionais.”

A Prefeitura destaca que, por ordem do Tribunal de Justiça do Estado (TJ-SP), pelo menos 70% dos professores devem continuar trabalhando durante a greve, sob pena de multa diária de R$ 10 mil ao sindicato. E, para hoje, está prevista tentativa de conciliação judicial entre Município e entidade.

Professores de São Vicente entram em greve nesta quinta-feira por tempo indeterminado